ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ESPECIAL DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 04-01-2010.

 

 


Aos quatro dias do mês de janeiro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezesseis horas e vinte e nove minutos, o senhor Presidente declarou instalada a Primeira Sessão Legislativa Extraordinária e abertos os trabalhos da presente Sessão, a qual teve como mestre de cerimônia o senhor José Luís Espíndola Lopes, destinada à posse da Mesa Diretora, da Segunda Comissão Representativa e das Comissões Permanentes da Câmara Municipal de Porto Alegre. Compuseram a Mesa: o vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o senhor João Batista Linck Figueira, Prefeito Municipal de Porto Alegre em exercício; o senador Sérgio Zambiasi, representando o Senado Federal; o senhor Elói Guimarães, Secretário Estadual da Administração e dos Recursos Humanos, representando a senhora Governadora do Estado do Rio Grande do Sul; o desembargador Roque Miguel Fank, Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; a senhora Simone Mariano da Rocha, Procuradora-Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; a senhora Maria de Fátima Záchia Paludo, Defensora-Pública-Geral do Estado do Rio Grande do Sul; o desembargador Élcio Pinheiro de Castro, Presidente em exercício do Tribunal Regional Federal da 4ª Região; o conselheiro Cezar Miola, Vice-Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul; o deputado federal Vieira da Cunha; o juiz de direito Carlos Eduardo Richinitti, Diretor do Foro Central de Porto Alegre; e o deputado estadual Luís Augusto Lara, representando a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, o senhor mestre de cerimônia convidou todos para, em pé, ouvirem o Hino Nacional, interpretado pelo cantor Luiz Eduardo Colvara. Em continuidade, o senhor Presidente convidou o vereador Nelcir Tessaro a proceder à assinatura do Termo de Posse e, ato contínuo, declarou empossados os vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Bernardino Vendruscolo e Tarciso Flecha Negra respectivamente nos cargos de Presidente, 1º e 2º Vice-Presidentes e 1º e 2º Secretários da Câmara Municipal de Porto Alegre. Após, o vereador Nelcir Tessaro assumiu a presidência dos trabalhos e declarou empossada a 2ª Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre, composta pelos vereadores titulares Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Em prosseguimento, o senhor Presidente declarou empossadas as Comissões Permanentes da Câmara Municipal de Porto Alegre, que ficaram assim constituídas: Comissão de Constituição e Justiça, vereadores Bernardino Vendruscolo, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Waldir Canal; Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, vereadores Airto Ferronato, Mauro Pinheiro e Valter Nagelstein; Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, vereadores Alceu Brasinha, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, João Pancinha, Nilo Santos e Paulinho Ruben Berta; Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, vereadores Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Mauro Zacher, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra; Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, vereadores Adeli Sell, DJ Cassiá, Ervino Besson, Marcello Chiodo, Sebastião Melo e Toni Proença; e Comissão de Saúde e Meio Ambiente, vereadores Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte e Mario Manfro. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra ao vereador Sebastião Melo, que se pronunciou acerca do período em que presidiu este Legislativo. Em continuidade, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor João Batista Linck Figueira, Prefeito Municipal de Porto Alegre, em exercício, que se pronunciou acerca da posse do vereador Nelcir Tessaro na Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Após, o vereador Mario Manfro assumiu a presidência dos trabalhos e concedeu a palavra ao vereador Nelcir Tessaro, que se pronunciou acerca da posse de Sua Excelência na Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Na oportunidade, foi executada gravação de áudio do poema “O Mapa”, de Mário Quintana. Durante a Sessão, foram registradas as seguintes presenças, neste Plenário: do general-de-divisão Sérgio Costa de Castro, representando o Comando Militar do Sul; do coronel Sérgio Antônio Berni de Brum, Presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado do Rio Grande do Sul; da senhora Marlene Wiechoreki, Presidenta da Fundação de Proteção Especial do Estado do Rio Grande do Sul; do professor Rui Vicente Oppermann, Vice-Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; do senhor Cristiano Roberto Tatsch, Secretário Municipal da Fazenda; do senhor Idenir Cecchim, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio; do senhor Virgílio Costa, Secretário-Adjunto da Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico; do senhor João Carlos Brum, Prefeito Municipal de Alvorada – RS –; do senhor Celso Bassani Barbosa, Prefeito Municipal de Xangri-Lá – RS –; do senhor Armindo Ferreira de Jesus, Prefeito Municipal, em exercício, de Santo Antônio da Patrulha – RS –; da vereadora Paula Parolli, Presidenta da Câmara Municipal de Guaíba – RS –; do vereador Vail Carlos Corrêa, da Câmara Municipal de Gravataí – RS –; do senhor José Carlos Brack, Presidente do Diretório Municipal do Partido Trabalhista Brasileiro; do engenheiro civil Luiz Alcides Capoani, Presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul; do senhor Manoel Maria dos Santos, Vice-Presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul; do senhor Luiz Zaffalon, Vice-Presidente da Companhia Riograndense de Saneamento; do senhor Marcelo Dornelles, Diretor da Associação do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul; do senhor Henry Chmelnitsky, Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; do senhor José Américo da Silva, Presidente, em exercício, da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul; do senhor Claudio Humberto Sauter, Vice-Presidente da Associação das Empresas de Transporte de Passageiros de Porto Alegre; do senhor Cacildo Vivian, Presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Porto Alegre; do senhor Isaac Szajman, representando o Departamento Municipal de Água e Esgotos; do senhor Sandro Chimendes, Presidente da União das Associações de Moradores de Porto Alegre; do senhor Tadeu Gonzaga Martins, representando a Comissão Executiva Estadual do Rio Grande do Sul do Partido da Social Democracia Brasileira; do deputado federal Cláudio Diaz; do arquiteto Jorge Decken Debiagi, Vice-Presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura; do senhor Fernando Luiz Guimarães, Gerente-Geral da Coprobel Comércio de Produtos de Beleza; do senhor Rinaldo Simões, representando o Diretório Municipal do Democratas; do senhor Jaime Silva, Presidente da Turis Silva; do senhor Salvatore Littieri Savia, Presidente da Sociedade dos Amigos do Jardim Ingá; do major Ari José Cassanta Chaves, Diretor da Penitenciária Estadual do Jacuí; do coronel Uirassú Litwinski Gonçalves, Assessor Parlamentar do Quinto Comando Aéreo Regional; do delegado de polícia Ivair Maynart, Vice-Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul; do advogado Getúlio Figueiredo, do Diretório Estadual do Rio Grande do Sul do Partido Trabalhista Brasileiro; do senhor Newton Braga Rosa, Presidente da Agência de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre; do senhor Cássio Trogildo, Secretário-Adjunto da Secretaria Municipal de Obras e Viação; do senhor Valter Luiz de Lemos, Conselheiro do Conselho Federal de Administração; do senhor Adão Oliveira, Presidente, em exercício, do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul; do senhor Luis Antonio Costa, Diretor-Executivo da Cooperativa dos Revendedores de Combustíveis; do senhor Walter Rudolf Koch, Diretor da Biota-GEOM; do senhor Zulmir Ivânio Breda, Secretário-Adjunto da Secretaria Municipal da Fazenda; do senhor Ricardo Gothe, Secretário-Adjunto da Secretaria Extraordinária da Copa 2014; do senhor Léo Antônio Bulling, Coordenador da Defesa Civil de Porto Alegre; do senhor Fernando Medeiros, Presidente Estadual do PTcheB, do tenente-coronel Édison Estivalete Bilhalva, Comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar da Brigada Militar; do senhor Henrique Valério; da senhora Tânia Regina Silva Reckziegel, Presidenta do PTB Mulher do Rio Grande do Sul; do senhor Luiz Augusto Pereira, Presidente da Fundação de Ciência e Tecnologia; do senhor Ricardo Ritter, Presidente da Convention Visitors Bureau; dos senhores Edemir Simonetti e José de Jesus Santos, respectivamente 2º Vice-Presidente e 1º Diretor-Tesoureiro do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre; do senhor Zulmino Tartari, representando a Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre; do senhor Renato Luiz de Moura, Superintendente de Portos e Hidrovias do Estado do Rio Grande do Sul; da senhora Sônia Mauriza Vaz Pinto, Secretária Municipal de Administração; do senhor Raul Mendes da Rocha, Secretário-Adjunto da Secretaria Municipal de Turismo; do senhor Ivandre Medeiros, integrante da Executiva Estadual do Partido Trabalhista Brasileiro; do coronel Marcelo Cantagallo, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul; do senhor Clóvis Magalhães, Secretário Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico; do senhor Carlos Alberto Pippi da Mota, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre; do senhor Márcio Bins Ely, Secretário do Planejamento Municipal; do senhor Flávio Presser, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos; do senhor Carlos Alberto Macchi, Vice-Presidente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul; do senhor Ivo Fortes, Vice-Presidente da Federação Rio-Grandense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairros; da senhora Stamatula Vardaramatos, Diretora da Viação Teresópolis Cavalhada; do advogado Jorge Fernando Estevão Maciel, Presidente, em exercício, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul; do senhor Joel Fischmann, representando a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; e da senhora Marilia Fidel, Coordenadora do Programa de Orçamento Participativo. Às dezessete horas e cinquenta e nove minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente convidou todos para, em pé, ouvirem o Hino Rio-Grandense, interpretado pelo cantor Luiz Eduardo Colvara, e declarou encerrados os trabalhos da presente Sessão e da Primeira Sessão Legislativa Extraordinária, convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária da Segunda Sessão Legislativa Extraordinária, a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Sebastião Melo, Nelcir Tessaro e Mario Manfro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 

Observação: O vereador João Carlos Nedel não foi empossado na Primeira Sessão Especial da Primeira Sessão Legislativa Extraordinária, como titular da Segunda Comissão Representativa da Décima Quinta Legislatura.

 

 


O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Senhoras e senhores, boa-tarde. Neste momento, damos início à Sessão Especial destinada à posse da nova Mesa Diretora, da Comissão Representativa e das Comissões Permanentes desta Câmara Municipal.

Convidamos para compor a Mesa desta solenidade o Exmo Sr. Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Exmo Sr. Dr. João Batista Linck Figueira, Prefeito em exercício; o Exmo Senador Sérgio Zambiasi, representante do Senado Federal; o Exmo Sr. Elói Guimarães, Secretário Estadual de Administração e Recursos Humanos, representando, neste ato, S. Exª a Governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Rorato Crusius; o Exmo Sr. Desembargador Roque Miguel Fank, Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado; a Exma Doutora Simone Mariano da Rocha, Procuradora-Geral de Justiça; a Exma Doutora Maria de Fátima Záchia Paludo, Defensora-Pública-Geral do Estado; o Sr. Desembargador Élcio Pinheiro de Castro, Presidente do Tribunal Federal da 4ª Região, em exercício; o Exmo Conselheiro Cezar Miola, Vice-Presidente do Tribunal de Contas do Estado; o Exmo Deputado Federal Vieira da Cunha; o Exmo Dr. Carlos Eduardo Richinitti, Juiz de Direito, Diretor do Foro de Porto Alegre; o Exmo Deputado Luís Augusto Lara, representante da Presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvir o Hino Nacional, que será interpretado pelo cantor Eduardo Colvara. 

 

(Executa-se o Hino Nacional.) 

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Prestigiam esta solenidade os familiares dos Srs. Vereadores a serem empossados nesta Sessão; o Sr. General de Divisão Sérgio Costa de Castro, representante do Comando Militar do Sul; o Coronel Sérgio Antônio Berni de Brum, Juiz, Presidente do Tribunal de Justiça Militar/RS; a Srª Marlene Wiechoreki, Presidente da Fundação de Proteção Especial do Rio Grande do Sul; as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores desta Casa Legislativa; o Professor Rui Vicente Oppermann, Vice-Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; o Sr. Cristiano Tatsch, Secretário Municipal da Fazenda; o Sr. Idenir Cecchim, Secretário Municipal da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio; o Sr. Virgílio Costa, Secretário Adjunto de Gestão e Acompanhamento Estratégico; o Sr. João Carlos Brum, Prefeito de Alvorada; o Sr. Celso Bassani Barbosa, Prefeito de Xangri-Lá; o Sr. Armindo Ferreira de Jesus, Prefeito em exercício de Santo Antônio da Patrulha; a Verª Paula Parolli, Presidenta da Câmara Municipal de Guaíba; o Sr. Vail Carlos Corrêa, Vereador de Gravataí; o Sr. José Carlos Brack, Presidente do Diretório Municipal do Partido Trabalhista Brasileiro; o Engenheiro Civil Luiz Alcides Capoani, Presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul; o Sr. Manoel Maria dos Santos, Vice-Presidente da Agergs; o Sr. Luiz Zaffalon, Diretor-Presidente da CORSAN; o Sr. Dr. Marcelo Dornelles, Diretor da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul; o Sr. Henry Chmelnitsky, Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; o Sr. José Américo da Silva, Presidente em exercício da Federasul; o Sr. Claudio Umberto Sauter, Vice-Presidente da ATP; o Sr. Cacildo Vivian, Presidente do Sindpoa; o Sr. Isaac Szajman, representante do Departamento Municipal de Água e Esgotos; o Sr. Sandro Chimendes, Presidente da UAMPA; o Sr. Tadeu Gonzaga Martins, representante da Comissão Executiva Estadual do PSDB/RS; o Deputado Federal Cláudio Diaz; o Sr. Arquiteto Jorge Decken Debiagi, Vice-Presidente da Asbea; o Sr. Fernando Luiz Guimarães, Gerente-Geral da Coprobel; o Sr. Rinaldo Simões, representante do Diretório Municipal do Democratas; o Sr. Jaime Silva, Presidente da Turis Silva; o Sr. Salvatore Lettieri Savia, Presidente da Sociedade dos Amigos do Jardim Ingá; o Sr. Major Chaves, Diretor da Penitenciária Estadual do Jacuí; o Sr. Coronel Uirassú Litwinski Gonçalves, Assessor Parlamentar do Quinto Comando Aéreo Regional; o Sr. Delegado Ivair Maynart, Vice-Presidente da Associação dos Delegados de Polícia; o Sr. Getúlio Figueiredo, Advogado do PTB Estadual; o Sr. Newton Braga Rosa, Secretário do Inovapoa; o Sr. Cássio Trogildo, Secretário Adjunto da SMOV; o Sr. Valter Luiz de Lemos, Conselheiro do Conselheiro Federal de Administração; o Sr. Adão Oliveira, Presidente em exercício da Sulpetro; o Sr. Luis Antonio Costa, Diretor Executivo da Coopetrol;o Sr. Walter Koch, Diretor da Biota-GEOM; o Sr. Zulmir Ivânio Breda, Secretário Adjunto da Secretaria Municipal da Fazenda de Porto Alegre; o Sr. Ricardo Gothe, Secretário Adjunto da Secopa; o Sr. Léo Bulling, da Defesa Civil; o Sr. Fernando Medeiros, Presidente Estadual do PTcheB; o Tenente-Coronel Édison Estivalete Bilhalva, Comandante do 24º BPM Metropolitano; o Sr. Henrique Valério, Diretor de Patrimônio do Estado; a Srª Tânia Regina Silva Reckziegel, Presidente do PTB Mulher do Rio Grande do Sul; o Sr. Luiz Augusto Pereira, Presidente do Cientec; o Sr. Ricardo Ritter, Presidente do Convention Visitors Bureau; o Sr. José de Jesus, 1º Diretor-Tesoureiro do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre; o Sr. Edemir Simonetti, 2º Vice-Presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre; o Sr. Zulmino Tartari, representante do Diretor-Presidente da PROCEMPA; o Sr. Renato Luiz de Moura, Superintendente de Portos e Hidrovias; a Srª Sônia Mauriza Vaz Pinto, Secretária da Administração de Porto Alegre. 

O Ver. Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, está com a palavra. 

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Primeiramente, eu quero dar boas-vindas a todos a esta Casa do Povo de Porto Alegre.

De imediato, quero convidar a nova Mesa Diretora para que venha à mesa dos trabalhos: o novo Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; o Ver. Mario Manfro, o Ver. Mauro Pinheiro, o Ver. Bernardino Vendruscolo, o Ver. Tarciso Flecha Negra e o Ver. João Carlos Nedel. (Palmas.) Bem-vindos.

Convido a nova Mesa a procederem à assinatura do Termo de Posse. 

 

(Procede-se ao ato das assinaturas do Termo de Posse.) (Palmas.) 

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Cumpridas as formalidades legais, regimentais e orgânicas, declaro empossada a nova Mesa Diretora e convido o Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, a assumir os trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Boa-tarde. Vamos dar seguimento a esta Sessão Especial de Posse. Cumprimento todas as autoridades aqui já nominadas pelo nosso Protocolo.

Vamos dar posse à Comissão Representativa da Casa. 

2ª Comissão Representativa: Ver. Adeli Sell, do PT; Ver. Airto Ferronato, do PSB; Ver. Aldacir José Oliboni, do PT; Ver. Bernardino Vendruscolo, do PMDB; Ver. Dr. Raul, do PMDB; Ver. Elias Vidal, do PPS; Ver. Engenheiro Comassetto, do PT; Verª Fernanda Melchionna, do PSOL; Ver. João Pancinha, do PMDB; Ver. Luciano Marcantônio, do PDT; Ver. Marcello Chiodo, do PTB; Ver. Mario Manfro, do PSDB; Ver. Mauro Pinheiro, do PT; Ver. Nelcir Tessaro, do PTB; Ver. Reginaldo Pujol, do DEM; Ver. Tarciso Flecha Negra, do PDT; Ver. Valter Nagelstein, do PMDB; Ver. Waldir Canal, do PRB. 

Vamos dar posse aos membros das Comissões Permanentes

Comissão de Constituição e Justiça - CCJ: Ver. Pedro Ruas, Presidente; Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Bernardino Vendruscolo, Verª Maria Celeste, Ver. Luciano Marcantônio, Ver. Waldir Canal e Ver. Luiz Braz.

Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL - CEFOR: Ver. Valter Nagelstein, Presidente; Ver. João Antonio Dib, Vice-Presidente; Ver. Mauro Pinheiro; Ver. João Carlos Nedel e Ver. Airto Ferronato. 

Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação - CUTHAB: Ver. Elias Vidal, Presidente; Ver. Engenheiro Comassetto, Vice-Presidente; Ver. Alceu Brasinha, Ver. João Pancinha, Ver. Nilo Santos e Ver. Paulinho Ruben Berta. 

Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude - CECE: Ver. Mauro Zacher, Presidente; Verª Fernanda Melchionna, Vice-Presidente; Ver. Haroldo de Souza, Verª Sofia Cavedon e Ver. Tarciso Flecha Negra.

Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana - CEDECONDH: Ver. DJ Cassiá, Presidente; Ver. Toni Proença, Vice-Presidente; Ver. Adeli Sell, Ver. Ervino Besson, Ver. Marcello Chiodo e Ver. Sebastião Melo.

Comissão de Saúde e Meio Ambiente - COSMAM: Ver. Aldacir José Oliboni, Presidente; Ver. Beto Moesch, Vice-Presidente; Ver. Carlos Todeschini, Ver. Dr. Thiago Duarte, Ver. Dr. Raul e Ver. Mario Manfro.

Declaro empossadas as Comissões Permanentes desta Casa para o ano de 2010. (Palmas.) 

A seguir, convidamos o Ver. Sebastião Melo, que ora deixa a presidência, para fazer o seu pronunciamento. (Palmas.) 

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiro, quero fazer uma saudação à nova Mesa e desejar, Ver. Nelcir Tessaro, muito sucesso a V. Exª; ao Vice-Presidente, Ver. Mario Manfro; ao Ver. Mauro Pinheiro, ao meu companheiro de Partido, Ver. Bernardino Vendruscolo, e aos dois remanescentes da Mesa, Ver. João Carlos Nedel e Ver. Tarciso Flecha Negra. O sucesso dos senhores é o sucesso da Casa, e o sucesso da Casa é o sucesso da Cidade. Portanto, recebam o nosso total entusiasmo para o êxito desta gestão.

Em segundo lugar, recomenda-se que, num ato solene como este, se produza, formalmente, um discurso escrito. Eu sei que não sou bom no improviso, mas sei que sou péssimo no discurso escrito. Por isso peço licença aos senhores para falar com o coração, porque isto aqui não é uma prestação de contas; esta já foi impressa, já foi distribuída. Aqui quero deixar algumas reflexões, impressões de quem teve a honra de presidir esta Casa por dois anos, de como ver o Parlamento, a sua relação com a Cidade. Peço licença, Presidente, para não trazer um discurso escrito, mas para fazer um diálogo. Eu apenas fiz um roteiro para poder fazer esta rápida fala. Acho que a nossa gestão, Presidente, teve dois pilares básicos.

O primeiro pilar foi o da harmonia política. Nós fizemos dois anos de gestão com muita harmonia política. Harmonia política significa, na nossa avaliação, que o Gabinete da Presidência é um gabinete institucional; lá não é lugar de luta partidária; lá não é lugar de tomar lado de Governo ou de oposição - aliás, eu disse isso quando tomei posse nesta Casa, em 1º de janeiro de 2008. A Presidência da Casa tem que ser o equilíbrio da Casa e tem que garantir espaços de debate, especialmente os espaços da minoria, porque ser democrata é, acima de tudo, assegurar o espaço das minorias, até para elas terem condições de fazer a maioria mudar de opinião ou não. Quando nós fizemos esse acordo político, meus colegas Vereadores, isso nos permitiu avançar em algumas coisas. A primeira qualificação que tivemos, que não vem de agora - ninguém “inventou a roda” -, foi a de aproximar mais a Câmara da Cidade. A Câmara não pode existir só no Plenário Otávio Rocha, só nas Comissões da Casa; ela precisa se deslocar para ouvir, e lá não é lugar de o Vereador falar - ele até pode falar e, às vezes, deve falar -; lá é o lugar privilegiado onde quem fala é o patrão desta Casa, que é o povo.

Quero, aqui, olhar para vários Secretários, Prefeito, e dizer que, num primeiro momento, talvez o Governo não tivesse entendido o sinal dessas audiências, e as participações do Governo, do Executivo, não eram grandes. Eu conversei com o Prefeito Fogaça, um Prefeito de alta sensibilidade, e ele entendeu que, se a Câmara estava convidando, seria importante que o Executivo estivesse junto para ouvir a população e responder de imediato àquilo que pudesse ser respondido. Por isso, essas audiências não se tornaram enfadonhas e foram resolutivas em muitas e muitas coisas. Eu poderia citar exemplos e exemplos de coisas que, através das audiências públicas, se transformaram em Leis nesta Casa ou se transformaram em sensibilidade política do próprio Executivo.

Mas a Casa não fez somente audiências públicas; a Tribuna Popular, nesta Casa, talvez seja a Tribuna Popular mais usada do Brasil, e aqui as coisas são ditas e não vão para a gaveta; elas vão para as Comissões da Casa e têm desdobramentos. Esta Casa teve centenas, para não dizer milhares de Reuniões Ordinárias e Extraordinárias nas suas Comissões Temáticas. E esta Casa tem mais de uma de dezena de Frentes Parlamentares, que se relacionam com a Cidade. Esta Casa teve, na figura do Dib e, agora, na figura do Pujol, como Ouvidores da Casa, um trabalho itinerante e incessante - no Mercado Público, no Brique da Redenção, na vila Santa Rosa, na Restinga, andando pela Cidade, escutando a comunidade e trazendo para cá sugestões para o exercício da Vereança.

Então, a Câmara se aproximou da Cidade, desfazendo aquilo que, na minha avaliação, não foi bom para a Cidade, que foi a criação de uma divisão entre a democracia participativa e a democracia representativa. As duas são importantes e indispensáveis para a vida da Cidade, mas elas não são conflitantes; elas são convergentes, e, por isso, esta Casa, hoje, pode dizer, alto e bom som, que democracia representativa e democracia participativa caminham juntas por uma Cidade melhor!

Se nós avançamos no campo da aproximação da Câmara com a Cidade, não foram menores os nossos avanços nos grandes temas.

Esta Casa teve o Elói no primeiro ano da Legislatura passada; depois, veio o Goulart, e nós fomos avançando e fomos retirando aqui do Plenário coisas que achávamos que poderiam ser tratadas em outros setores da Casa, por exemplo, nome de ruas, cujos processos devem terminar lá na Comissão, e não vir para este Plenário. Uma homenagem tem que ser muito valorizada para quem dá e para quem recebe; portanto, era preciso diminuir o número de homenagens. E assim foram sendo feitas várias coisas, o que permitiu que este Plenário tratasse de uma matéria que até mesmo os meus amigos jornalistas diziam que, mais uma vez, não iria sair: o Plano Diretor.

Pois esta Casa fez este ano 52 Sessões Extraordinárias, sendo que uma das Sessões Extraordinárias terminou às 3h05min da manhã. E nós entregamos não o Plano Diretor ideal, porque ele não existe na cidade de Porto Alegre e não existe em nenhuma cidade do mundo, mas entregamos o Plano Diretor da média da sociedade, revisado. Portanto, isso foi um avanço extraordinário para esta Cidade. E eu quero dizer que isso foi obra e responsabilidade dos 36 Vereadores desta Casa.

Eu poderia continuar dando exemplos, e exemplos, e exemplos, mas, no ano passado, quando chegou novembro, a imprensa, todo dia, colocava uma matéria dizendo: “A Copa pode não vir ao Rio Grande do Sul, porque está na Câmara de Vereadores o Projeto da dupla Gre-Nal, e a Câmara não enfrentando, a Copa pode não vir”. E isso não era justo conosco, porque tiveram o tempo todo para mandar o Projeto, mandaram nos últimos 45 dias, e, daqui a um pouco, a canga era em cima da Câmara. Pois reunimos todos os Líderes de Bancadas, estabelecemos um prazo, e, no dia 29 de dezembro, à meia hora, esta Casa aprovou os Projetos da dupla Gre-Nal, dizendo: “Esta é a questão para a Copa não vir? Pois a Copa vem para Porto Alegre, porque a Câmara deu a sua resposta!”

Terminamos de votar o Plano Diretor e, logo em seguida, Sr. Prefeito, votamos uma matéria que é no mínimo vintenária nesta Casa: o Cais do Porto. Pois esta Casa correspondeu de novo, Srs. Secretários, Srs. Vereadores e senhores que nos honram com suas presenças.

Então, eu diria que esta Casa se ocupou de grandes temas.

Esta Casa teve a audácia de fazer, no ano passado, um seminário internacional, trazendo gente de Barcelona, dos Estados Unidos, de Portugal e do Brasil inteiro; figuras como o Jaime Lerner, como o Jordi Borja, como o Duff, como o Mateus, reunindo mais de 1.500 pessoas, produzindo uma obra fantástica chamada “Porto Alegre, uma visão de futuro” e editando um dos melhores livros de planejamento, cuja base maior é dizer que esta Cidade precisa criar um Instituto de Planejamento que tenha um olhar metropolitano, Sr. Prefeito.

Sr. Senador, V. Exª é um homem do Rio Grande, mas tem uma base metropolitana muito sólida. Acho, sinceramente, do alto da responsabilidade de militante desta Cidade, de quem presidiu esta Casa e de quem é Vereador: não dá mais para trabalhar os temas comuns sem uma visão compartilhada entre Porto Alegre, Alvorada, Viamão, Cachoeirinha, porque os temas da saúde, da educação, do transporte, do destino final do lixo e tudo isso têm melhores soluções, Srª Procuradora, se forem tratados com um olhar metropolitano, ou seja, é preciso criar um fundo metropolitano em que o Governo do Estado faça a sua parte, Ver. Elói. A Metroplan, que teve a dianteira no Planejamento, foi perdendo a sua capacidade - não é por culpa de ninguém, mas hoje ela não consegue fiscalizar e muito menos planejar.

Por isso, deixamos aqui, sem dúvida alguma, um olhar para o futuro da Cidade. Mas eu queria dizer também para os senhores que esta Casa, Presidente Tessaro - e V. Exª, que foi um extraordinário Secretário, sabe -, fez uma coisa que muitos Legislativos não fazem, que é gestão.

No mês de janeiro - e aqui vejo o Todeschini, vejo o Ervino e outros colegas de Mesa -, nós assinamos, neste Plenário, um programa. Em várias conversas com Jorge Gerdau, eu disse que ele fazia um belo trabalho pelo Governo do Estado, por vários Governos Estaduais, pelo Governo Federal, e eu pedi auxílio, no sentido de que ele ajudasse a financiar uma consultoria do PGQP nesta Casa. E esta Casa assinou o Primeiro Programa de Qualidade de um Legislativo no Brasil, que teve o patrocínio do PGQP durante todo o ano passado. Isso nos fez encurtar processos, reduzir gastos, acabar com a papelada “burrocrática”, essa herança que faz com que os processos, na vida pública, cada vez demorem mais.

Aqueles que vivem a Casa, aqueles que frequentam esta Casa sabem que os espaços aqui foram qualificados. Muitas dessas obras foram licitadas na Presidência da Verª Maria Celeste, sendo que várias delas eu estou deixando para o Tessaro concluir. Isso não é dar continuísmo, mas continuidade. Daqui a 30 dias, este Plenário estará reformado, com televisão; será um espaço totalmente reformado, pois essa é uma obra necessária, porque é atividade-fim. Até que enfim vamos ter um restaurante novo. A sala da Seção de Taquigrafia, que era precária, hoje é nova. Temos as salas das Comissões, que a Maria Celeste deixou; o Telecentro; o nosso Memorial e várias outras obras que foram feitas. Com isso, fizemos gestão, devolvendo recursos para a Prefeitura. No ano passado, devolvemos 2 milhões de reais, Deputado Vieira e, neste ano, devolvemos mais 1 milhão de reais, e pagamos todos os precatórios que esta Casa tinha atrasados, no valor de quase dois milhões de reais!

Por isso, saio com a tranquilidade de dizer que nós, de forma muito coletiva, fizemos um trabalho dividindo responsabilidades.

Eu quero agora dizer aos meus amigos que, na vida, ninguém anda só, e, na política, a companhia é tudo. Eu quero, inicialmente, agradecer o meu Partido, o meu MDB, por ter feito legenda para eu ser Vereador, Cecchim, e que me produziu Vereador desta Cidade; quero agradecer à minha Bancada, ontem liderada pelo Haroldo, hoje liderada pelo João Pancinha; mas, de forma muito especial, agradeço o Raul, o Valter, Líder do Governo; o Bernardino; o Cecchim, que está no Executivo, e o Garcia, pelo referendo que deram ao nosso nome para chegar à Presidência da Casa.

Mas eu quero dizer - e aí me permitam - de forma especialíssima: feliz de um Presidente que tem vice-presidentes do quilate de Adeli Sell e de Toni Proença - V. Exas merecem o aplauso, o reconhecimento, porque V. Exas foram parceiros por inteiro desta Gestão. (Palmas.)

Da mesma forma, quero saudar o Tessaro, o Nedel e o Tarciso, que foram três gigantes Secretários desta Gestão, e muito do que fizemos devemos a Vossas Excelências. (Palmas.)

Quero dar um abraço enorme, de coração aberto, em todos os demais Vereadores. Muito obrigado, porque cada crítica que recebi, ou cada elogio - mas, especialmente, eu fico com a crítica -, eu transformei num processo de contribuição, e talvez a Gestão muito tenha andado por isso.

Muito obrigado a vocês, muito obrigado aos Diretores desta Casa, começando pelo nosso Diretor Beto Fraga; à Diretora Marta, essa grande funcionária de carreira; ao Cleber, que ascende à condição de Diretor-Geral, que foi o nosso Diretor Administrativo; ao nosso queridíssimo e competente Luiz Afonso, que sempre está conosco aqui no Plenário; ao nosso Diretor, Ver. Mario Fraga; à nossa Diretora da Escola Julieta Battistioli, essa grande professora, nossa querida Giovana Rigo.

Quero agradecer àqueles que coordenaram a nossa imprensa, o nosso Vítor Bley; à nossa Núbia Silveira, a Taís e ao Jasper, que muito auxiliaram a Presidência.

Quero também, de forma generalizada, agradecer a cada um dos funcionários e funcionárias desta Casa. Se houve um outro traço que a nossa Gestão teve foi o de uma relação muito respeitosa e qualificada, até porque nós somos passageiros, e os funcionários são permanentes nesta Instituição. Muito obrigado pelas contribuições dos senhores; aos funcionários do Gabinete da Presidência, que foi um misto de composição de pouquíssimos e raríssimos Cargos em Comissão que esta Casa tem com aqueles que eu convidei e que aceitaram ir para a Presidência. Muito obrigado a vocês que somaram, que vestiram a camiseta, que fizeram conosco uma grande Gestão. Muito obrigado aos meus funcionários do Gabinete Parlamentar, que, num primeiro momento, tiveram dificuldade de compreender que as matérias do Vereador não deveriam chegar à Presidência, mas que, depois, entenderam que a matéria do exercício da vereança não poderia sair do Gabinete Parlamentar, porque o Gabinete da Presidência era o lugar só para tratar de questões institucionais. Muito obrigado a vocês.

Quero agradecer à nossa imprensa, agradecer aos parceiros que, conosco, conduziram o Fórum Porto Alegre, uma Visão de Futuro, e faço este agradecimento na figura do sempre Secretário, o nosso Professor João Carlos Brum Torres, que foi o maestro de todos nós, conduzindo esse grande Projeto do futuro da cidade de Porto Alegre.

Por isso, meus caros amigos, quero dizer que saio com a consciência muito tranquila. Reflito, várias vezes, sobre o fato de que a nossa Cidade é um exemplo de democracia para o mundo; democracia, Senador Zambiasi, que precisa ser retemperada. Se eu der um corte do Brasil contemporâneo, dos anos 30 para cá, nós já tivemos revoluções, estado de guerra, golpe de Estado, Presidente que se suicidou, Presidente que renunciou, expurgos, exílios, Constituintes, Constituições outorgadas, e chegamos à nossa democracia de 1988, mas, Senador, a democracia não se sustenta somente nos atos de votar e de ser votado; o Brasil precisa crescer, distribuir renda e precisa ter uma democracia de verdade, em que os mandatos, efetivamente, não sejam a custo de ouro, mas que representem a vontade do povo, que haja um parlamento interagindo com a sociedade.

Por isso eu saio com a certeza de que nós vamos, Pujol, avançar nessa interação diária com a sociedade, uma sociedade que precisa, cada vez mais, fazer sintonia com o seu Parlamento. E tenho a certeza, também, de que esta Casa, que teve tradições, teve homens como Alberto Pasqualini, como André Forster, como Aloísio Filho e tantas outras figuras que por aqui passaram, saberá cumprir com o seu papel.

Quero dizer que posso até ocupar outros cargos - eu, que vim de tão longe, que lembro, ao final deste discurso, de quando aqui cheguei, daquela maneira, e vi tantos rostos que hoje não lembro mais, de tantas campanhas que participei - algumas perdi; outras, ganhei, mas lembro de tudo isso, de mulheres com filhos no colo, num sinal de esperança enorme naquele voto que iria ser depositado -, mas eu quero continuar com esperança nessa democracia, porque a democracia tem de ser mais do que isso. Eu não posso votar e continuar passando fome; eu não posso votar e continuar debaixo da ponte; eu não posso votar, o País crescer, e o bolo deste País ser distribuído sempre para os mesmos.

Que bom que o Brasil volte a crescer no ano que vem, e tudo indica que crescerá, mas tem de crescer e distribuir riqueza para aqueles que mais precisam. É verdade que o Brasil incluiu muitos que, até então, não estavam incluídos.

Quero encerrar este pronunciamento, estas impressões da nossa caminhada, com algo que li ontem; já fiz várias citações, já era para ter feito uma; a segunda não fiz, mas vou fazer a última, que achei fantástica, que é do nosso querido e sempre poeta Carlos Drummond de Andrade. (Lê.): “As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão; mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão.” Um abraço a todos! Viva Porto Alegre! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Prestigiam esta solenidade também o Sr. Raul Mendes da Rocha, Secretário Adjunto de Turismo; o Sr. Ivandre Medeiros, membro da Executiva Estadual do Partido Trabalhista Brasileiro; o Coronel Marcelo Cantagallo, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul; o Sr. Clóvis Magalhães, Secretário Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico; o Sr. Carlos Alberto Pippi da Mota, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Sr. Márcio Bins Ely, Secretário do Planejamento Municipal de Porto Alegre; o Sr. Flávio Presser, Diretor do DMAE; o Sr. Carlos Alberto Macchi, Vice-Presidente da Federasul; o Sr. Ivo Fortes, Presidente licenciado da FRACAB; a Srª Stamatula Vardaramatos, Diretora da empresa VTC; o Sr. Jorge Fernando Estevão Maciel, Presidente em exercício da OAB; o Sr. Joel Fischmann, representante da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; a Srª Marília Fidel, Coordenadora do Orçamento Participativo.

Passo a palavra ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Concedo a palavra ao Exmo Sr. Prefeito Municipal em exercício, Dr. João Batista Linck Figueira. (Palmas.) 

 

O SR. JOÃO BATISTA LINCK FIGUEIRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É uma tarefa árdua falar depois do Ver. Sebastião Melo. Exmo Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro, homem público, experimentado, que, com certeza, saberá dignificar o cargo que ocupa a partir deste momento; em nome de quem cumprimento todos os Vereadores eleitos para a Gestão que acaba de ser empossada. Excelentíssimo Sr. Ver. Sebastião Melo, homem público que, em seu mandato de Presidente desta Casa, não representou somente um Partido político ou o seu próprio mandato, e sim uma instituição política de natureza ímpar em nossa jovem democracia como é o nosso Legislativo Municipal, em nome de quem saúdo todas as autoridades aqui presentes e já nominadas pelo protocolo. Senhoras e senhores, colegas do Secretariado Municipal, senhoras e senhores da imprensa, senhoras e senhores, boa-tarde a todos!

Estamos aqui, hoje, para presenciar e legitimar o ato de posse do Exmo Sr. Ver. Nelcir Tessaro como Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Porto Alegre. Estamos aqui, portanto, para uma celebração. Esta solenidade é uma celebração da democracia, que permite que nos expressemos; celebração do fato desta Instituição, que é o esteio e a garantia da cidadania e da soberania popular no âmbito local, no âmbito do Município de Porto Alegre.

O Município é o local onde vivem as pessoas e, portanto, é o palco da vida política da comunidade, da participação política e direta da população; é o local de suas experimentações, de suas tradições, de suas inovações; é o cenário desta solenidade.

O Município, hoje, é o centro fundamental do arranjo político institucional brasileiro. Sua relevância como local de organização e decisão fundamental da vida política e social da comunidade só faz ganhar relevo conforme se enraíza o atual arranjo democrático trazido na Constituição de 1988.

Como todos sabem, o texto da Constituição Federal produziu um arcabouço jurídico de promoção e de preservação da noção de autonomia local antes não verificada em nossa experiência constitucional; concebeu o Município como ente federativo, garantiu-lhe um campo de competências específicas, garantiu o seu autogoverno, a sua autoadministração, o seu poder de autoderminação legislativa; previu até mesmo a existência de uma Constituição no plano local, mas, do abstrato para o concreto, sempre há um caminho a percorrer. Diz o poeta: “As Leis não bastam./Os lírios não nascem da lei./ Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.”

Em Porto Alegre, onde estamos e vivemos, é curioso notar como a frieza da estipulação normativa, geral e abstrata teve o condão de mimetizar com uma experiência social rica, riquíssima, que, dia a dia, aprofunda e radicaliza a experiência das liberdades públicas democráticas. Sem exagero, é possível afirmar que nossas práticas locais têm surpreendido o mundo, têm sido objeto de admiração, debates e estudos em diversos quadrantes do globo.

Na oportunidade de fazer esta saudação, eu quero aproveitar o ensejo para celebrar e exaltar essa nossa experiência política tão bem representada na composição plural do Plenário da sua Câmara de Vereadores.

Hoje o Município não apenas possui competências de relevo paritário ao do Estado e ao da União, mas é o único ente federativo capaz de se qualificar por aquilo de melhor que a experiência social pode entregar aos entes públicos. Refiro-me à proximidade com as pessoas, o que incrementa e dinamiza a atuação dos dois poderes do Município, mas, de forma especial, integra e exprime-se pela atuação das Sras e dos Srs. Vereadores.

A vida política no âmbito do poder local ganha todo o significado que se pode colher dessa experiência de contato com a iniciativa própria do munícipe, informada do espírito cívico pelo bem da comunidade. No âmbito local, as trocas sociais são mais intensas, e existe efetiva relação de pertencimento para com aquilo que é objeto das preocupações públicas. Só com tal nível de envolvimento cidadão é possível semear o terreno para o surgimento de experiências como os Conselhos Populares do Prefeito Alceu de Deus Collares. Só no ambiente da Cidade se concebe o desenvolvimento, com toda a sua complexidade, dos Fóruns do Orçamento Participativo durante as gestões dos Prefeitos Olívio, Tarso, Raul Pont e João Verle. Apenas no leito dessa experiência social é possível, hoje, sedimentar as estruturas da Governança Solidária Local do Prefeito José Fogaça. Essas são experiências e criações históricas de toda a nossa comunidade em comunhão com os Poderes Públicos; pertencem a todas as pessoas e a ninguém em particular.

Mas nada do que Porto Alegre construiu na sua experiência democrática, posterior ao último período autoritário, seria possível sem a participação permanente e decisiva desta Casa. Não importa o quanto dinâmica, espontânea e inventiva seja a vida política da comunidade, seus cidadãos precisam de instituições políticas permanentes a velá-los e garanti-los.

Mas, ressalte-se, a cidadania precisa de instituições democráticas, com origem na soberania popular e dirigidas ao atendimento das necessidades e demandas da soberania popular, pois a cidadania necessita de instituições que sejam também de todos e de ninguém em particular.

Jamais será demasiado lembrar que onde estamos e o momento que vivemos têm um passado nada saudoso. A amarga lembrança, no entanto, não pode jamais abandonar a nossa memória. Nossa exaltação do poder autônomo local não quer parecer a exaltação de uma entidade mítica, surgida no contexto de nossas vidas por mágica ou por concessões divinas.

A nossa democracia local plural, popular, autônoma, soberana e criativa é uma construção histórica; nem sempre foi essa instância de cidadania em que a transformamos.

O surgimento da instituição municipal como ente da administração pública no Brasil deu-se através de Portugal, que, inspirado nas instituições já existentes na Europa, decidiu instituir tal modelo em sua colônia sul-americana como forma de aumentar sua soberania no vasto território luso-brasileiro. O histórico do tortuoso caminho percorrido ao longo dos anos revela a importância que o Município guarda na organização social do País em que hoje vivemos.

Conforme o Professor Andreas Krell, em artigo que compara o surgimento das estruturas municipais no Brasil e na Alemanha, o nascimento da estrutura municipal no País remonta a 1821, data em que as estruturas rurais existentes, locais onde, efetivamente, viviam os poucos e pobres cidadãos brasileiros, foram estruturalmente organizadas em verdadeiros centros administrativos e comerciais locais - as cidades-, que reuniam as mais diversas fazendas da região e eram comandadas por proprietários de terras do local.

Em tais centros, nessa época, as Câmaras locais, embriões do Poder Legislativo como hoje conhecemos, eram as verdadeiras detentoras do poder de ordenação política do Brasil-colônia, inclusive exercendo funções que, formalmente, eram de competência dos entes estatais superiores das doze Capitanias Hereditárias.

Com o passar do tempo, o Município brasileiro adquiriu grande importância, a ponto de o Imperador Dom Pedro I fazer questão de que a Constituição da Independência do Brasil de 1824 fosse apreciada e aprovada pelas Câmaras Municipais como forma de legitimar a primeira Carta Magna da Independência do Brasil.

Pontes de Miranda, ao comentar a estrutura político-administrativa do Brasil de então, assim dizia: “Se a capitania dividia, o Município organizava. Aquela era a simetria de centro, política e exteriormente imposta e, portanto, artificial, contra a qual trabalhava, organizando a realidade, que é a vida econômica e moral, a fazenda, célula do Município brasileiro.”

Entretanto, dita autonomia municipal, surgida formalmente em 1824, foi drasticamente alterada já em 1828, momento em que o Município passou a ser subordinado ao governo das províncias e declarado mera corporação administrativa. Tal situação de subordinação hierárquica às províncias e posteriormente aos Estados perdurou na vida política do País, até há bem pouco tempo, em que pese a Constituição Brasileira de 1891 tenha garantido, em seu artigo 68, a autonomia formal e material dos Municípios perante os demais entes federativos.

Contudo, tal autonomia formal não se tornou realidade em função do pacto federativo realizado, à época, de cima para baixo, sem respeitar as diferenças inerentes a cada localidade e que tratavam como iguais situações de localidades flagrantemente desiguais.

Tal estrutura hierarquizada que fragilizou o ente municipalista na ordem política nacional favoreceu o surgimento do coronelismo, prática essa, aliás, ainda bastante presente em locais distantes do nosso Brasil, onde os chefes das famílias mais poderosas de determinada região ditavam as ordens, substituindo, muitas vezes, as figuras de governantes locais, uma vez que eram eles investidos de poderes militares absolutos sobre a população carente que em suas terras vivia.

Pode-se dizer, portanto, que a propalada autonomia municipal de 1891 veio, ao contrário do que se imaginaria, fortalecer a atuação de políticas de pequenos grupos extremamente egoístas e autoritários.

Nas palavras do Professor Andreas Krell, durante muito tempo, o conceito do “poder local” assinalou no Brasil o exercício de domínio fático por parte de elites regionais em locais tradicionais que não foram legitimados nem controlados pelos órgãos políticos existentes; o poder local agia dentro de um vácuo quase impenetrável para o poder estatal na base da vontade popular.

Até os anos 30 do século XX, o municipalismo brasileiro não era a expressão da crescente luta de uma burguesia próspera nas grandes e médias cidades por uma maior influência política como acontecia na Europa, mas representava, antes de tudo, uma briga pelo poder entre as oligarquias do centro e das diferentes regiões do País.

Já no século passado, o percurso histórico após a década de 30 contou com tímidos avanços e dramáticos retrocessos contra as liberdades públicas em nível local; na verdade, em qualquer nível. O período autoritário mais recente deixou marcas indeléveis que, até hoje, podem ser sentidas no tecido vivo da sociedade. Felizmente, podemos acreditar na consolidação da democracia que hoje titulamos. Podemos citar, por exemplo, Dilma e Serra, dois ex-perseguidos políticos, despontando como prováveis Presidentes da República.

Nada do que passou deve ser esquecido. Devemos ser gratos aos atores sociais que, ao longo do tempo, produziram a mudança que hoje é a nossa realidade institucional. Hoje nos cabe a honra de realizar a democracia que foi construída a duras penas. Venho de uma Casa que se destaca por sua atuação eminentemente técnica e, com orgulho, a represento, mas acredito, tenho a convicção de que nenhum conhecimento técnico, expertise ou excelência em qualquer campo do conhecimento substitui a política e a atuação dos políticos livres. E, nessa toada, rendo às senhoras e aos senhores as minhas mais sinceras homenagens e confesso certa dose salutar de inveja quanto ao relevante papel desempenhado nesta instância de realização da cidadania.

A nossa atitude, a atitude de técnico que se afasta do mundo para pensar em uma atividade solitária para buscar soluções deve ser saudada como uma busca de um método analítico adequado, como busca de soluções e respostas qualificadas por um correto distanciamento do objeto de investigação. Mas nós, os técnicos, nesse ambiente, tendemos a considerar o homem no singular e, assim, tendemos a ignorar ou a interpretar erroneamente a experiência da liberdade política, a forma mais sublime da liberdade.

Às senhoras e aos senhores cabe a tarefa de dirigir esta Instituição na sua ação pública, que Hannah Arendt define como “vir a público, em palavras e atos, na companhia de seus pares, iniciar algo novo cujo resultado não pode ser conhecido de antemão, fundar uma esfera pública (res pública ou república), comprometer-se com e perdoar os outros.” (in “A Promessa da Política)”.

Não interessam as dificuldades do presente e do futuro, não interessam as virtudes e as características desse específico conjunto humano que hoje titulariza a representação dos munícipes. Em qualquer circunstância particular e momentânea vivenciada por esta Casa, o que importa é lembrar sempre, ressaltar e exaltar que esta é a Casa da liberdade pública, da liberdade política. Para além ou após o momento eleitoral, este é o local permanente da participação política direta da comunidade, da liberdade de expressão política duramente conquistada; é a Casa do diálogo, é a Casa da tolerância.

“Tolerância”. A respeito desse termo, eu não poderia deixar de citar o saudoso Profº Paulo Freire, que o define com maestria como uma qualidade essencial da vida em sociedade. Em “Pedagogia da Tolerância”, um texto escrito pelo mestre em 21 de abril de 1997, a respeito do assassinato do índio pataxó Galdino, Freire fala da tolerância como pedagogia, que é da educação e da democracia, e não de uma tolerância pura como condescendência ou indulgência. Ele afirma que a tolerância não pode ser um certo favor que o tolerante presta ao tolerado; o primeiro, uma pessoa disposta a perdoar por bondade ou benevolência ao segundo, pessoa em situação de inferioridade.

Nessa explicação da “tolerância” está contida a desconfiança do tolerante, quando não a certeza de que possui uma condição de superioridade de classe, de raça, de gênero, de saber em face do tolerado. Este, por sua vez - espera o tolerante -, deve, humildemente, revelar sua gratidão à bondade do tolerante.

Diz Paulo Freire: “Não é dessa tolerância, nem tampouco desse tolerante que falo. Falo da tolerância como virtude da convivência humana. Falo, por isso mesmo, da qualidade básica a ser forjada por nós e apreendida pela assunção de sua significação ética - a qualidade de conviver com o diferente. Com o diferente, não com o inferior.

“A tolerância verdadeira não é condescendência nem favor que o tolerante faz ao tolerado. Mas ainda, na tolerância verdadeira não há o ‘o’ ou o ‘a’ que tolera e o 'o' e o 'a' que é tolerado, ambos se toleram.”

É verdadeiramente uma honra estar aqui e poder participar de uma solenidade democrática em uma Casa, hoje, democrática de transmissão da função entre representantes ungidos pelos mecanismos de nossa democracia.

Que a tolerância, o amor, a humildade e também a combatividade, a coragem e o destemor de nossa comunidade possam ilustrar nossa ação pública no ano que principia e que, deste ano ao final dele, possamos colher uma nova página de conquistas, de inovações e de construção da vida! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Convido o Ver. Mario Manfro, Vice-Presidente desta Casa, a assumir a presidência dos trabalhos. 

 

(O Ver. Mario Manfro assume a presidência dos trabalhos.) 

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Anuncio diretamente o pronunciamento do nosso Presidente, o Ver. Nelcir Tessaro.

 

(Ouve-se o poema “O Mapa”, do poeta Mário Quintana.) 

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Senhoras e Senhores, o poeta Mário Quintana, que, como tantos de nós adotou como sua casa a cidade de Porto Alegre, resumiu, em seus belos versos, a síntese da Cidade grande e seus conflitos. Em seus apontamentos de história sobrenatural, está o poema, declamado por ele que expressa esse amor por Porto Alegre e também as contradições dessa nossa, de qualquer outra cidade grande e de tudo com que ela é feita: conflitos, contradições, divergências, mas também belezas, amores e empatias.

Porto Alegre é uma Cidade acolhedora. Acolheu a mim, quando aqui cheguei, vindo de Lages, Santa Catarina; acolheu o meu antecessor, o ex-Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo, quando veio lá da sua Goiás; acolheu e acolhe diariamente milhares de pessoas que para cá acorrem em busca de trabalho, de abrigo, de dias melhores, de estudo, de oportunidades, de uma chance.

Porto Alegre é uma cidade de paz, é uma cidade de encontros, é uma cidade plural, e assim deve permanecer por nossos esforços e por nosso dever cívico, pois são desses legítimos, democráticos e diversificados aspectos que emergem aquele que, talvez, seja o papel preponderante de uma Câmara de Vereadores como a de Porto Alegre: o de negociar, de ordenar os conflitos desta Cidade grande. Eis aqui, nobres colegas, o primeiro papel a que me proponho na missão que V. Exas me incumbiram a partir de hoje: mediar interesses legítimos dos setores organizados da sociedade; interesses legítimos da sociedade e do Poder Público, sem deixar em plano secundário a igualdade legítima, democrática e indiscutível do papel do Legislativo exercido por nós e eleito pelo sagrado voto popular.

A história da cidadania confunde-se, e muito, com a história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está permanentemente em construção, é um referencial de conquistas da humanidade através daqueles que sempre lutam por mais direitos, mais liberdade, melhores garantias individuais e coletivas. Ser cidadão é ter consciência de que se é um sujeito de direito, mas também um sujeito de responsabilidades como parte integrante de um complexo organismo que se constitui na coletividade, na Nação, no Estado e na Cidade. Não é por acaso, como observa a socióloga Barbara Freitag, que cidade, cidadão e cidadania têm o mesmo radical latino, civitas, qual seja, o local em que o homem vive, em conglomerados urbanos, tendo certos direitos e deveres mutuamente respeitados. E assim ensina a teoria brasileira: que o conceito de cidadão evoluiu no entendimento, na antiguidade clássica e na mera participação nos negócios da pólis. O que, então, Benjamin Constant definia como liberdade antiga, passando a chamá-la de liberdade moderna? Quando essa proteção dos indivíduos voltou-se contra o poder arbitrário do Estado, já, então, no século XIX.

Nos dias de hoje, o conceito de cidadania inclui os dois focos, ainda segundo Barbara Freitag, em seu sentido integral, a cidade inclui os dois focos: o democrático e o liberal; a autodeterminação exercida na pólis pelo povo soberano e as disposições que garantem a segurança e a integridade dos indivíduos.

A cidadania é, por um lado, a capacidade de intervir no Estado e, por outro, o poder de exigir do Estado o respeito e a plena concretização dos direitos individuais. As cidades, portanto, constituem, provavelmente, uma das mais notáveis e mais engenhosas intervenções dentre as invenções sociais da humanidade.

E agora, caro Prefeito José Fogaça, hoje aqui representado pelo Prefeito em exercício, João Batista de Figueira, estão citando o discurso de V. Exª perante esta Casa há exatamente um ano, quando tomava posse para o novo mandato e reafirmava alguns compromissos básicos de sua gestão. Aproveito sua avaliação, que faço minha, e reafirmo o desafio gigante, complexo que são as cidades, entre as quais a cidade de Porto Alegre, em tudo, também, um organismo vivo, para avançar na pesquisa e para a busca de soluções, para a busca crescente de desafios. Quero fazer desta Câmara de Vereadores uma ferramenta ativa, solidária, de diálogo e respeito permanente, abertura ilimitada para as construções sistêmicas e permanentes de soluções.

Dentre as ações que pretendo empreender na Mesa Diretora está o Programa Câmara Itinerante. Muito foi feito em 2009, quanto tivemos audiências públicas na Cidade, mas queremos, por meio de toda a nossa equipe, de nossos Vereadores, irmos até as 17 regiões do Orçamento Participativo da Capital e lá instalarmos a Câmara de Vereadores para ouvirmos, registrarmos, debatermos e encaminharmos as demandas propostas e as soluções para a comunidade; descentralizar as ações de nossa Ouvidoria Pública, criando postos nos bairros, nos locais mais distantes onde haja concentração pública, para que a população possa ter mais facilidade de dar suas sugestões, reivindicações e encaminhamentos aos seus Vereadores; fazendo com que os seus Vereadores sejam os porta-vozes das cobranças para as melhorias de suas reivindicações junto ao Executivo, buscando, ao mesmo tempo, mais resultados, e assim buscaremos proporcionar a todos uma melhor eficiência para cumprirmos o nosso mandato.

Ainda buscaremos proporcionar aos porto-alegrenses a oportunidade de acompanhar, instantaneamente, os nossos trabalhos, as nossas Sessões, os debates de nossos Vereadores através, quem sabe, de uma TV de sinal aberto ou, ainda, via Internet. Sei que essa não é tarefa fácil, senhoras e senhores, mas tenho a honra e, mais do que isso, a responsabilidade de suceder no cargo o Ver. Sebastião Melo, responsável por uma das mais profícuas gestões à frente de nosso Parlamento. Se eu conseguir igualar-me a ela em transparência, eficiência de gestão e democracia, poderei me dar por satisfeito.

Ver. Sebastião Melo, receba, em meu nome e de meus companheiros da Mesa Diretora, a homenagem pelo corajoso trabalho de dois anos no comando desta Casa. E saiba que o nosso desafio estará completo se conseguirmos nos igualar a Vossa Excelência em suas realizações. (Palmas.)

Senhoras e senhores, nesta Casa realiza-se plenamente a democracia. Somos aqui, assim como Vossa Excelência, Prefeito em exercício, João Batista Figueira, e assim como o Prefeito José Fogaça, depositários da inteligência, da coragem moral e da estatura ética de pessoas públicas que aqui fazem crescer, com vitalidade, nossa tradição de retidão, civismo e amor à Pátria, hoje cabendo a nós, seus sucessores, a responsabilidade de honrar e preservar esses valores.

Temos a obrigação de fazer frente às expectativas populares e de responder sempre à altura de suas demandas crescentes e objetivas. Assumo o cargo com total consciência dessas minhas obrigações e decidido corresponder aos anseios de meus Pares e de todo o povo porto-alegrense, que sempre teve, em sua Câmara de Vereadores, o depositário de suas esperanças e aspirações.

Quero, além disso, voltar o Parlamento Municipal para novos focos, sem descuidar jamais de que, para nós, a democracia é mais do que um princípio de vida; ela é a regra de convivência. A tolerância política, o pluralismo partidário, o respeito à legitimidade do outro e às estâncias comunitárias são regras intransponíveis em minha vida, que se dirá na gestão que mandarei à frente dessa Mesa Diretora. Como eu disse, pretendo, aqui, iniciar um trabalho voltado para a educação ambiental, fazendo da Câmara Municipal o modelo entre os órgãos públicos de gestão ambiental. Com o auxílio da PROCEMPA, empresa especializada em TI de Porto Alegre, queremos iniciar um trabalho que vai desde o sistema de informática da Casa, capaz de reduzir o consumo de energia elétrica até o controle e o aproveitamento de lixo, reciclagem, racionalização no uso de papel; enfim, trabalhar com o público interno e externo desta Casa para chegarmos a medidas de consenso capazes de produzir o entendimento de que o ambiente é o bem maior de que dispomos e que devemos preservá-lo.

Senhoras e senhores, a população da Cidade quer e merece justiça, segurança e inclusão social através da moradia digna; moradia digna é trabalharmos com projetos, agilizarmos e desburocratizarmos todas as gestões públicas para retirarmos do nosso seio aquelas pessoas que hoje estão ali vivendo num lugar indigno, sem ter um teto, e sangra o nosso coração, quando temos aqui, ao nosso lado, a Vila Chocolatão e a Vila Keddie, logo ali. É muito importante fazermos a nossa parte no Legislativo, a desburocratização para a aprovação dos projetos, mas também cobrarmos do Executivo uma agilização para a aprovação dos projetos e trabalharmos mais, e mais, e mais. Quem não tem teto não pode esperar!

Também queremos trabalhar pelo pleno emprego, saúde e educação, elementos indispensáveis para o desenvolvimento e para a transformação de nossa sociedade. Portanto, exige-se dos homens públicos gaúchos criatividade e competência para superar os problemas que enfrentam. Saiba, Sr. Prefeito, que encontrará neste Presidente, assim como nesta Casa, a parceria para buscar as soluções por que Porto Alegre reclama. Transparência continua será a regra número um desta Casa, não apenas por ditames de nossas consciências, mas pela crescente e positiva cobrança da sociedade, seja por suas instituições, seja pela imprensa livre. Submeteremos os nossos atos e atitudes ao julgamento da opinião pública, sem temor ou constrangimentos, convictos de que nada temos a nos envergonhar. Temos a convicção de que as relações deste Parlamento com a sociedade, que representa, então, o caminho certo, não são perfeitas e nem acabadas, mas estão no rumo de permitir, cada vez mais, a ingerência direta da sociedade organizada em nosso meio. A tarefa que nos aguarda é enorme. Vou exercer a Presidência deste Poder com diálogo; quero radicalizar no diálogo, respeitar as diferenças políticas e ideológicas, colocando sempre, em primeiríssimo lugar, os interesses da Cidade. Nada farei sem antes consultar os Líderes das Bancadas e todos aqueles cujas medidas têm um impacto direto ou indireto, seja na administração desta Casa, onde os funcionários são peças-chave, seja na aprovação dos projetos e leis.

Eu não poderia encerrar esta manifestação sem destacar a permanente presença de um excepcional homem público que sempre inspirou e estimulou os meus caminhos profissionais e os meus primeiros passos na vida pública. Ao Senador Sérgio Zambiasi eu quero agradecer os 12 anos de confiança em mim depositados, em minha vida pública, por onde passei; e faço aqui preito pelo exemplo de caráter, de retidão e de figura pública a ser admirado e seguido (Palmas.), seja como amigo, como Líder partidário e como exemplo ao presidir a Assembleia Legislativa. Queremos que o modelo de gestão que V. Exª imprimiu no Parlamento gaúcho nos possa servir também de inspiração na gestão democrática que pretendemos colocar em funcionamento na Câmara Municipal de Porto Alegre.

Por último, devo reafirmar um princípio de vida: exercerei a democracia em toda a sua plenitude. Estarei de braços abertos para receber aqueles que chegarem a esta Casa na busca de conforto, amparo, soluções para as suas mazelas, espaços para as suas queixas, soluções, e para aqui discutirem os seus problemas.

Agradeço a presença do meu irmão, Adair Tessaro, Vice-Prefeito de Campo Belo do Sul; de minha cunhada, Nilzete Tessaro, Vereadora da mesma Cidade, do meu irmão aqui representa os meus mais dez irmãos. Tenho certeza, Adair, de que, se nossos pais vivos fossem, hoje estariam muito felizes, pois poderiam ver o Vice-Prefeito da Cidade onde viveram até suas mortes, o sucesso eleitoral, com minha cunhada, e o Presidente da Câmara da Capital. Em 1970, fui trazido pelo braço para conhecer Porto Alegre e aqui ter meus estudos que lá não tinha, a esta Cidade que adotei como a cidade do meu coração. (Palmas.)

Quero agradecer à minha Bancada: o Ver. DJ Cassiá, o Ver. Nilo Santos, o Ver. Marcello Chiodo, o Ver. Brasinha, o Ver. Fernando, por terem confiado este cargo a mim.

Quero ainda agradecer ao meu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, na pessoa do meu presidente metropolitano, Elmer Brack.

Quero agradecer à minha mulher, Suzana. Obrigado pelo apoio que me tem dado, pelo companheirismo de sempre (Palmas.); aos meus filhos Anne Christine, Anelize, Cristiano, Fernanda e Jonathan, que hoje não pôde estar aqui presente. Meus cinco filhos, perdoem-me pela ausência de convívio de todos esses anos. Muitas e muitas vezes deixei de estar com vocês para atender e trabalhar por aquilo que eu escolhi, que é trabalhar pela sociedade e por aqueles que mais precisam. Eu amo todos vocês.

Eu quero que o Grande Arquiteto do Universo ilumine os meus caminhos para que eu possa cumprir essa jornada com retidão, sempre preservando todos, respeitando todos e procurando fazer com que o bem maior seja o trabalho social. Obrigado a todos; obrigado aos meus amigos, às minhas amigas; a todos os que estão presentes; à família demhabiana”. Obrigado pela atenção. Que Deus nos ilumine! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Anuncio o retorno do Sr. Presidente, o Ver. Nelcir Tessaro.

 

(O Ver. Nelcir Tessaro reassume a presidência dos trabalhos.) 

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Convocamos os Srs. Vereadores integrantes da 2ª Comissão Representativa da 15ª Legislatura para a Reunião Ordinária a ser realizada no dia 6 de janeiro, às 9h30min. Também convocamos todos os Vereadores para a 1ª Sessão Ordinária da 2ª Sessão Legislativa Ordinária, a ser realizada no dia 1º de fevereiro de 2010, no horário regimental.

Convidamos todos os presentes a ouvir o Hino Rio-Grandense, interpretado pelo cantor Edu Colvara.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.) 

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. 

 

(Encerra-se a Sessão às 17h59min.)

 

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